Reinterpretação da Praça de Santa Apolónia
João Albuquerque e Nuno Galvão
A proposta:
Ao mesmo tempo que imaginávamos as possibilidades contidas numa praça como esta éramos forçados a reconhecer as limitações presentes em qualquer projecto – os limites da intervenção. Neste ponto decidimos investir apenas no rectângulo que define a praça conscientes de que uma intervenção como esta implicaria um investimento sustentado no tecido envolvente. Exemplos disso são o arranjo dos passeios que ligam à praça e um projecto que usasse o edifício da estação de Santa Apolónia como um interface de comboio, metro, autocarro, táxi, viatura particular e trânsito pedonal. Neste último seria evidente uma ligação subterrânea entre o estacionamento e a estação. É a partir destes limites que traçámos uma grelha que marca a praça.
Esta mesma grelha, conceptualmente, é deformada pelos fluxos e pelos pontos de torção situados nas arestas de conflito entre os dois edifícios principais aí existentes, Santa Apolónia e o Colégio Militar.
É sobre esta mesma grelha deformada e informada (pelas contingências locais) que a evolução projectual decorre, definindo circulações e vivências a estrutura e estereotomia do seu revestimento.
O que disse o júri:
Esta proposta para o Largo da Estação de Santa Apolónia denúncia um espaço que apesar de formalmente consolidado não consegue integrar de forma pacífica os diferentes atravessamentos. A proposta assume-se na vertente de clarificar zonas estáticas e dinâmicas de um espaço incontornável da cidade.
Contributo para uma reflexão:
Um exercício de design urbano que parte de um pressuposto teórico forte: dramatizar as tensões e os fluxos de uma praça para com eles formalizar torções espaciais. A modelação da plataforma resulta em consequência desses movimentos espaciais e através deles traça os seus sentidos de percurso. O resultado é tão espectacular quanto funcional, fazendo conviver as diversas “layers” de circulação e desbloqueando conflitos para tornar mas pacífica a sua vivência.
Reinterpretation of
João Albuquerque and Nuno Galvão
The proposal (summary):
As we envisioned the potential of this particular square we were also troubled by its limitations. We decided to invest in the main platform, aware that such intervention would imply the consideration of its surroundings. To provide for the needs of the central building, a multi-transport interface, a new public walkway was proposed. Also, an underground connection between the parking space and the station was necessary. From these features, a grid was created to accentuate the nature of the square. This grid was then deformed by the local circulation flows. It’s this grid, deformed and informed by existing contingencies, that becomes the centrepiece of the project, defining its structure and design.
What the jury said:
This proposal brings clarity to a space that is unable to peacefully integrate its multiple crossings. It clarifies the relation between static and dynamic areas in a central square of the city.
Contribute for a reflection:
A design exercise that has a strong theoretical basis: to dramatize the tensions and flows of an urban square in order to conceptualize its spatial solutions. The central platform is modelled in consequence of those spatial movements. The result is as spectacular as it is functional, integrating its multiple layers and purging circulation conflicts to create a more peaceful urban experience.