Quarta-feira, 13 de Junho de 2007

Elizabeth Diller – High Line

 

 

 

The High Line é o nome de uma ferrovia elevada que se estende por milha e meia ao longo do lado oeste de Manhatan. Construída na década de 1930, foi um dos maiores investimentos da cidade em infraestruturas de transportes.

 

Em 1847 a Cidade de Nova Iorque autorizou a travessia da via férrea através de Manhatan para permitir o transporte de mercadorias até Albany. Á medida que o tráfego se foi intensificando na nova linha, os acidentes começaram a surgir entre comboios e pedestres, cavalos e outras viaturas. As fatalidades tornaram-se tão frequentes que a 10ª Avenida se tornou conhecida como a “Avenida da Morte”. Finalmente, homens a cavalo tinham de caminhar em frente ao comboio a baixa velocidade acenando bandeiras. Chamaram-lhes os West Side Cowboys.

A High Line nasceu após anos de debate público sobre as condições perigosas do circuito ferroviário da cidade. A estrutura foi projectada para percorrer através dos quarteirões e ter acesso directo a fábricas e armazéns, permitindo aos comboios a ligação para carga e descarga sem implicações ao nível da rua.

Na década de ’50 o crescimento dos transportes rodoviários conduziu ao declínio da ferrovia e, consequentemente, ao progressivo abandono da High Line. Várias secções da estrutura foram demolidas em 1960 e a circulação de comboios seria definitivamente interrompida em meados da década da ’80.

Enfrentando diversas ameaças de demolição desde essa altura, a High Line tornou-se motivo de uma nova consciência a favor da sua preservação como exemplar único de arqueologia pós-industrial. Em 1999 foi fundada a associação Friends of the High Line, um grupo de defesa favorável à sua reutilização enquanto espaço aberto ao público.

 

É este longo movimento cultural da cidade que motivou o concurso para a reconversão da High Line. A proposta vencedora é da autoria da firma de arquitectura Diller Scofidio + Renfro, em colaboração com a Field Operations. Foi este projecto que Elizabeth Diller apresentou na Conferência Internacional da Trienal de Arquitectura de Lisboa, como exemplo específico de reconversão de um vazio urbano atípico – um espaço público suspenso e longilíneo de difícil apropriação mas que se viria a revelar fértil de possibilidades.

 

A renovada High Line é um exercício de ecologia urbana. A extensa plataforma abandonada foi sendo apropriada por uma vegetação selvagem, tornando-se um ecossistema rico e desregulado – um ambiente melancólico que a natureza reclamou para si. Elizabeth Diller descreveu o laborioso processo de reconstituição de um espaço enquanto instrumento de reflexão sobre conceitos de lazer e cultura. O plano elevado revela-se agora como espaço modulado em categorias de “natureza” e “tempo”, combinando a vida vegetal com fluxos pedestres numa estratégia de “agri-tectura” que conjuga materiais orgânicos e sintéticos. Um parque suspenso marcado pela lentidão, a espontaneidade, o íntimo e o hiper-social, de que transparece o balanço entre uma nova ambiência humana e o carácter preservado do antigo High Line.

 

 

 

 

 

Built in the 1930’s, the High Line is an elevated railroad spur stretching 1.45 miles along the Westside of Manhattan.

In 1847, the City of New York authorized the street-level railroad tracks running down Manhattan to allow freight to run between New York City and Albany. As the traffic started to circulate on the new line, accidents began occurring between trains, pedestrians, horses and other traffic. Fatalities were so frequent that 10th Avenue became known as "Death Avenue". Men on horses had to ride in front of trains waving flags. They were called the West Side Cowboys.

The High Line was built after years of public debate about these hazardous conditions. The structure was designed to go through the center of blocks, rather than over the avenue, to avoid creating the negative conditions associated with elevated subways. It connected directly to factories and warehouses, allowing trains to roll right inside the buildings. Manufactured goods could come and go without causing any street-level traffic.

In the 1950s, the rise of interstate trucking led to a decline of rail traffic on the High Line. Parts of it were torn down in the 1960s, and trains stopped running on it in 1980.

Facing several threats of demolition since then, the High Line became the focus of a new public conscience, in appreciation of its value as an important example of post-industrial archeology. In 1999 Friends of the High Line was founded to advocate for the High Line's preservation and reuse as a public open space.

This extensive cultural movement became the foundation to a design competition aiming for its recovery. The winning proposal is authored by the architectural firm Diller Scofidio + Renfro in collaboration with Field Operations. The project was presented by Elizabeth Diller at the International Conference of the Lisbon Architecture Triennale, as a particular example of an atypical urban void – a suspended public space of difficult appropriation but fertile in its potential use.

The renewed High Line is an exercise on urban ecology. The long abandoned platform was dominated by wild vegetation, becoming a rich and unruled ecosystem – a melancholic environment that nature reclaimed for itself. Elizabeth Diller explained the laborious process of reconstruction of the space as an instrument of city culture and leisure. The elevated plane now becomes a modulated space, with different categories of “nature” and “time” that combine plant life with pedestrian flows in a strategy of agri-tecture, merging organic and synthetic materials. A suspended park defined by slowness, spontaneity, the intimate and the hyper-social, in a balance between a new public life and the preserved character of the High Line.

 

References:

Diller Scofidio + Renfro

Field Operations

Friends of the High Line

 

Videos:

The High Line

GOOD Mag Presents: Edward Norton and the High Line

 

publicado por trienaldelisboa às 18:50
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Terça-feira, 5 de Junho de 2007

Mark Wigley – Void Set


 

Mark Wigley marcou um dos momentos mais altos da conferência internacional com uma apresentação intitulada “Void Set”.

O ponto de partida para a sua exposição começou como a interrogação sobre a cidade contemporânea enquanto espaço de cenografia. No teatro da cidade o arquitecto providencia o palco. O “actor” tornou-se uma espécie de audiência, e a audiência é também “performer”. Estamos todos num palco, numa performance contínua em que se dissipou a fronteira entre palco e bastidores. “A cenografia é realidade e nós somos cenografia”. Entre a verdade de um objecto e o seu efeito, qual pode ser o verdadeiro lugar da arquitectura?

 

“Os arquitectos só conversam uns com os outros, e só falam sobre arquitectura, não têm fins-de-semana, sacrificam tudo pela arquitectura e às vezes conversam com os arquitectos mortos e há uma grande conversa com os arquitectos mortos sobre a possibilidade da arquitectura como verdade”.

 

Prosseguiu falando da dificuldade em abordar o próprio tema: “Estamos aqui há horas e a palavra ‘vazios’ não apareceu em nenhuma discussão. Vocês cobraram bilhetes para as pessoas virem até aqui ouvir falar de uma palavra que nunca vai ser dita? Este assunto é tão importante que não pode ser falado?”

 

Questionou a forma como os arquitectos abordam o problema dos vazios numa realidade urbana cada vez mais densa e intensificada – a necessidade de remover o vazio por uma centralidade, de preencher o vazio. “E se esse for um erro? E se o vazio se tornar ele mesmo num centro; o vazio como elemento contrastante da densidade? Qual é então, hoje, o papel do vazio?”.

Wigley avançou a ideia de uma arquitectura enquanto sistema de vazios – “o vazio é a substância da ausência”. “Os vazios são a verdadeira essência da arquitectura”.

 

“Um arquitecto é alguém que muito simplesmente não sabe o que é um edifício”. Alguém que se interroga sobre a sua natureza, para quem o objecto arquitectónico não é um objecto sólido mas uma experiência complexa e misteriosa. O seu trabalho é assim aprofundar a fragilidade da experiência arquitectónica do objecto sólido, criando um momento de hesitação e descoberta. “O nosso amor pelos edifícios resulta de não sabermos realmente o que eles são”.

“Os arquitectos constroem possibilidades”. Por isso, “um vazio é uma interrogação; um convite à experiência”. “O vazio está no coração da cidade, no seu núcleo. Existe uma necessidade estrutural do vazio. O vazio é, na verdade, infraestrutura”.

 

Na sessão de debate, Mark Wigley aprofundou algumas das suas ideias. “Ser arquitecto é sacrificar-se por uma arte que não é amada”. Porque é sempre colocada à prova, os arquitectos têm de agir como se estivessem certos daquilo de que o público duvida. “Mas nós não sabemos – e isso é teatro; é performance”. Como um actor, assim descreveu Wigley, o arquitecto sofre, mas sofre alegremente. “O arquitecto é uma figura de crise”, um profissional da complexidade, perito não em oferecer respostas mas em encontrar novas formas de olhar para as perguntas e interrogações do seu tempo.

 

 

Mark Wigley’s presentation – “Void Set” – was one of the highlights of the international conference.

 

Wigley started by questioning the role of the contemporary city as a space of cenography. In the theatre of the city, the architect provides the stage. The performer becomes a kind of audience, and the audience is also a performer. We are all in a stage, in a continuous performance where the frontier between front and backstage has disappeared. “Cenography is reality and we are cenography”. Between the truth of an object and its effect, what is the truth of architecture?

 

“Architects only talk to each other, and they only talk about architecture, they have no weekends and sacrifice everything for architecture. And sometimes they talk to dead architects and there is this big conversation with dead architects about the possibility of architecture as representing the truth”.

 

He proceeded addressing the difficulty to approach the very subject of the conference: “We have been here for hours and the word “voids” hasn’t appeared in any discussion. You charged tickets for people to come here and talk about a word that will never be spoken? This subject is so important it cannot be talked about?”

 

Wigley questioned the way architects deal with the problem of the “void” in an urban reality that is growingly denser – the need to remove the void for a centrality, to fill the void. “What if this is a mistake? What if the void becomes the centre; the void as a contrasting element of density? What is then, today, the role of the void?”

 

Wigley described architecture as a system of voids – “the void is the substance of emptiness”. “Voids are the very essence of architecture”.

 

“An architect is someone who simply doesn’t know what a building is!” Someone who questions its nature, for whom the object of architecture is not the solid object but a complex mysterious experience. Our work is to study the fragility of the experience of the solid object, creating a moment of hesitation and discovery. “Our love for buildings is that we really don’t know what they are.”

 

“Architects construct possibilities”. For that reason, “a void is a question; an invitation to experience”. “The void is in the heart of the city, in its core. There is a structural need for the void. Void is actually infrastructure”.

 

In the following debate, Wigley developed some of his ideas. “To be an architect is to sacrifice for an art that is not loved”. Because it is always being questioned, architects have to act as they are absolutely certain of that which the public doubts. “But we don’t know – and that is theatre; it is performance”. As an actor, so described Wigley, the architect suffers, but he suffers gladly. “The architect is a figure of crisis”, a professional of complexity and multi-tasking, an expert not in offering the answers but in finding new ways of addressing the questions and interrogations of its time.

 

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Domingo, 3 de Junho de 2007

Conferência Internacional – Dia 3


 

O último dia de conferência foi marcado por contrastes muito vincados entre as diversas apresentações. Bjarke Ingels protagonizou um dos momentos mais altos da sessão, não apenas pela qualidade dos projectos apresentados do BIG (Bjarke Ingels Group) mas também pela extraordinária capacidade de comunicar os processos criativos presentes na sua concepção – uma arquitectura que é experimental e evolutiva em oposição à mera procura de originalidade e ruptura. Lançando sobre a audiência o tema “Revolution” Bjarke avançou com uma ideia peculiar: “If your agenda is always the opposite of what’s going on, than you’re actually a follower”. Bjarke explicou a sua impressão de um mundo dominado pela necessidade de conflito – uma necessidade latente nos media e no discurso político em constante aceleração. Concluiu dizendo que os arquitectos têm o dever de assumir protagonismo no tempo mediático para contrariar esta realidade – o seu trabalho é desenvolver exactamente o oposto do conflito, eliminando-o através de soluções inclusivas e unindo diferentes realidades num mundo onde todos possam coexistir.

Uma tarefa difícil na realidade portuguesa, como ficou patente na bela e difícil exposição de Manuel Graça Dias. Apresentando um mosaico de imagens da nossa realidade urbana e suburbana, evidenciou a desqualificação profunda dos seus centros antigos, envelhecidos e vagamente funcionais, e as periferias degradadas, territórios de dureza e conflito. Aproveitando o tema da trienal, Graça Dias abordou algo mais do que o “vazio” para falar de um processo de esvaziamento das cidades. No debate da manhã Kurt W. Foster falou da necessidade de olhar para as cidades numa perspectiva extensa no tempo, para compreender que estas sempre se caracterizaram por fenómenos de esvaziamento e repleção num movimento constante e, por vezes, simultâneo. Também Foster valorizou o papel do arquitecto enquanto perito – não como alguém que dispõe de receitas para resolver os problemas da cidade, mas como um perito em questionar e repensar os problemas, de formas diferentes do que aquelas em que usualmente eles são concebidos ou compreendidos.

Este dia contou ainda com as presenças de Emílio Tuñón, Kengo Kuma, Jan Kaplicky e João Pedro Serôdio. A sessão da tarde foi moderada por Diogo Lopes.

 

International Conference - Day 3

 

This third and final day was characterized by very sharp contrasts beween presentations. Bjarke Ingels was one of the highlights of the session, not only for the quality of the projects that were presented but also for his ability to communicate the creative processes supporting their design – an architecture that is both experimental and evolutionary, in opposition to a mere search for originality or rupture. Launching the theme of “Revolution”, Bjarke developed a peculiar idea: “If your agenda is always the opposite of what’s going on, then you’re actually a follower”. Bjarke explained his impression of a world dominated by a need for conflict – a necessity that is latent in the media and in political agendas. He concluded addressing the need for architects to assume a visible role in society in order to confront this reality – the architect’s work is to develop the opposite of conflict, eliminating it through inclusive solutions allowing different realities to coexist.

 

A dificult task in the current portuguese situation, as it was shown in the beautiful but painful presentation of Manuel Graça Dias. Presenting a mosaic of images in a portrait of our urban and suburban reality, he shed some light on the profound disqualification of the old city centres, aged and vaguely functional, and the problematic peripheries, territories of harshness and conflict.

Seizing the theme of the triennale, Graça Dias talked about something deeper than the “void” and addressed the issue of the voiding of cities. Kurt W. Foster advanced the need to look to cities in a wider perspective, to understand that these have always been characterized by phenomena of voiding and repletion, in a constant and often simultaneous movement.

This day also featured the participations of Emílio Tuñón, Kengo Kuma, Jan Kaplicky and João Pedro Serôdio. The afternoon was moderated by Diogo Lopes.

 

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Sexta-feira, 1 de Junho de 2007

Conferência Internacional – Dia 2

 

A sessão da manhã moderada por Yehuda Safran contou com as presenças de Stephen Bates, Pedro Gadanho e Fernando Romero. Da variedade das suas apresentações tornou-se presente a questão do conflito entre uma percepção global abstracta do mundo – impressa na exposição de Fernando Romero – e uma realidade de sobrevivência quotidiana, das situações do dia-a-dia. Stephen Bates reflectiu directamente sobre essa contradição de um mundo dominado por referências globais do conhecimento e uma outra percepção local da existência – em que sustentou a sua prática arquitectural, em particular no contexto londrino.

A sessão de debate com participação do público acabaria por revelar uma intensidade imprevisível. Uma intervenção contundente de Kurt W. Foster questionando o próprio tema em discussão lançou uma denúncia sobre os perigos de traduzir a realidade num mosaico de quantificação abstracta, tomando a expressão mediática do real pela própria realidade, em negação da natureza violenta e dramática dos fenómenos que nela ocorrem.

A tarde teve como principais destaques as apresentações de projectos por Elizabeth Diller (The High Line, Nova Iorque), Rodolfo Machado (Sewoon District 4, Seoul), Francisco Mangado e ainda Dominique Perrault (vários projectos). A moderação da sessão esteve a cargo de Nuno Grande.

 

International Conference - Day 2

 

The morning session was moderated by Yehuda Safran and featured Stephen Bates, Pedro Gadanho and Fernando Romero. The contrasting presentations brought up a conflict between the global abstract perception of the world – as demonstrated by Fernando Romero – and a reality of daily survival, of day-to-day situations. Stephen Bates reflected directly on this contradiction of a world that is dominated by global references of knowledge, and a different, local perception of existence – in which he inscribed his architectural practice.

The debate session with public participations ended up revealing unexpected intensity. A sharp intervention by Kurt W. Foster – questioning the very nature of the debate – denounced the dangers of translating reality in a mosaic of abstract quantifications, taking the media expression of the real as the real itself, denying the very dramatic and violent nature of the phenomena that take place in it.

The afternoon was dominated by the presentations of Elizabeth Diller (The High Line, New York), Rodolfo Machado (Sewoon District 4, Seoul), Francisco Mangado and Dominique Perrault (several projects). Nuno Grande was the session’s moderator.

 

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Conferência Internacional – Dia 1

 

 

 

  

Foi um dia intenso no Teatro Camões onde decorreu o primeiro conjunto de sessões da Conferência Internacional «O Coração da Cidade». Debateram-se diversos aspectos da realidade urbana contemporânea como os fenómenos de globalização e intensificação da cidade. Numa apresentação bastante impressiva, Thom Mayne elaborou uma concepção de cidade enquanto fenómeno de acumulação massiva de pessoas e de aceleração de modos de vida. Esta rápida transformação de conceitos desafia anteriores noções de terminologia urbana. "Nunca existe um centro mas uma multiplicidade de centros - mas a própria definição de centros está a alterar-se." TM

Neste enquadramento cultural em constante evolução dramatizam-se conflitos entre o local e o global, o individual e o colectivo. A transformação do conceito de família convencional e a redefinição do espaço público exigem uma crescente capacidade dos arquitectos em abraçar processos de gestão de complexidade e de criação de ideias infra-estruturantes. A multiplicidade de problemas que se colocam hoje obrigam a articular essa complexidade, abandonando a prática de uma arquitectura enquanto mera disciplina para a fisionomia do objecto, para gerar processos criativos capazes de introduzir coesividade do espaço urbano fragmentário – processos em que os vazios urbanos podem ter a maior relevância enquanto oportunidades de intervenção.

Nesta nova realidade a arquitectura pode ser o elemento agregador de espaços desconectados, promovendo uma verdadeira colisão entre arquitectura e urbanismo na actual prática profissional. "Esqueçam o futuro. Tentem compreender o presente." TM

Este primeiro dia contou ainda com as presenças de Luis Fernández-Galiano, Saskia Sassen, João Luís Carrilho da Graça, Paulo Martins Barata, Jamie Fobert, Eduardo Souto de Moura e Mark Wigley. Nos próximos dias daremos conta de mais detalhes destas e das restantes participações da conferência.

 

International Conference - Day 1

 

It was an intense day in Camões Theatre where the first set of sessions of the International Conference “The Heart of the City” has taken place. The debate followed several aspects of contemporary urban reality like globalization and intensification of city life. In a rather impressive presentation, Thom Mayne offered a view of cities as phenomena of massive accumulation of people and acceleration of lifestyles. This rapid transformation of concepts challenges previous notions of urban terminology - «There’s never a centre but a multiplicity of centres – but the very definition of centres themselves is changing». TM

In this cultural environment of constant evolution, conflicts between local and global, individual and collective, are dramatized. The transformation of the concept of conventional family and the redefinition of public space demand a growing ability of architects in order to embrace management processes that are able to resolve complex infra-structural ideas. The multiplicity of problems that is present in the world today demands an articulation of complexity, in detriment of an architectural practice that’s simply focused on the physiognomy of the “object” - as to generate creative processes that introduce cohesion on an otherwise fragmented urban space – processes in which urban voids can play a major role as opportunities for direct intervention.

In this new reality, architecture can be the gluing element of disconnected spaces, promoting a collision between architecture and urbanism.

Also present in this first day of conference were Luis Fernández-Galiano, Saskia Sassen, João Luís Carrilho da Graça, Paulo Martins Barata, Jamie Fobert, Eduardo Souto de Moura and Mark Wigley.

 

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Terça-feira, 29 de Maio de 2007

Conferência Internacional na FA-UTL

A Conferência Internacional O Coração da Cidade, que inaugura a Trienal de Arquitectura de Lisboa no próximo dia 31, no Teatro Camões, vai ser transmitida por video-conferência no Auditório da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL), Campus Universitário do Alto da Ajuda.

 

Tendo em conta a enorme procura de bilhetes registada, e o facto de a Conferência ter esgotado os 700 lugares disponíveis a dez dias do seu início, a Trienal de Arquitectura em conjunto com a FA-UTL organizou um visionamento para todos os interessados em acompanhar as sessões previstas para os três dias da Conferência.

 

Bilhetes à venda no local.

Arquitectos: 75 euros

Estudantes de arquitectura e estagiários: 50 euros

Alunos da FAUTL: grátis

 

International Conference broadcast

The International Conference “The Heart of the City” that opens the Lisbon Architecture Triennale (May 31st to June 2nd) will be broadcasted through video-conference system in the auditorium of the Faculty of Architecture - Technical University of Lisbon.

 

Tickets available on location

Architects: euro 75

Students: euro 50

FAUTL students: free entrance

 

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Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

Semana de abertura

A Trienal de Arquitectura começa já na próxima Quinta-feira. A abertura é marcada pela Conferência Internacional – O Coração da Cidade, que contará com a presença de um vasto conjunto de participantes e terá lugar até ao próximo Sábado, 2 de Junho. A audiência rondará as 800 pessoas, estando a lotação já esgotada. Todos aqueles que não tiverem oportunidade de estar presentes poderão acompanhar alguma da actividade vivida durante esses dias, aqui no blogue.

A primeira semana da Trienal vai ainda acolher imensas actividades. Segue-se o resumo do programa para estes primeiros dias.

 

Opening week

The Lisbon Architecture Triennale begins next Thursday. The International Conference – The Heart of the City will be the main opening event, taking place for three consecutive days, until June 2nd. With an audience of 800 people, the conference is already sold out. If you can't be present, you'll still be able to follow some of the proceedings here on the Triennale blog.

The first week will embrace many activities. Here’s the program for these first few days.

 

 

 Maio 31 / May 31st 

 

09h30 - 18h

Coração da Cidade, Conferência Internacional

Teatro Camões

19h

Útero, Performance

Vo’Arte

Pavilhão de Portugal, Pólo I

21h

Sarva, Performance

Vo’Arte

Pavilhão de Portugal, Pólo I

 

  Junho 1 / June 1st

 

a partir das 21h (até 31 de Julho)

kubik Lisboa, Instalação

09h30 - 18 h

Coração da Cidade, Conferência Internacional

Teatro Camões

Dom-Qui, 10h às 21h; Sáb 10h às 24h (até 31 de Julho)

Exposição

Pavilhão de Portugal, Pólo I

 

  Junho 2 / June 2nd 

 

18h

Núcleo Cascais XXI, Conferência

Gonçalo Byrne e Francisco Mangado

Centro Cultural de Cascais, Pólo IV

09h30 - 18 h

Coração da Cidade, Conferência Internacional

Teatro Camões

15h - 23h

Bernardo Sasseti, Concerto

Pavilhão de Portugal, Pólo I

 

  Junho 4 / June 4th 

 

Todo o dia

Dia do Chile, Programação Cultural

Pavilhão de Portugal, Pólo I

21h

Paz, Pão, Habitação... As Operações SAAL, Filme

João Dias

Cinema São Jorge, Extensão

 

  Junho 6 / June 6th

 

às 10h e às 13 h

Obra Aberta: Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal;

Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana;

Farol Museu de Santa Marta

Encontro / passeio

Cidadela de Cascais, Pólo IV

18h

Formas, Conferência

Rui Vieira Nery, Pedro Amaral, Francisco Aires Mateus, Pedro Carneiro e Paulo Adelino

Fundação Calouste Gulbenkian

20 h

Pedro Carneiro, Concerto

Fundação Calouste Gulbenkian

Dom-Qua, 14h às 22h; Qui-Sáb 14h às 24h (até 31 de Julho)

Núcleo Cascais XXI, Exposição

Praça 5 de Outubro, Pólo IV

 

  Junho 8 / June 8th

 

18h

Casa das Histórias e dos Desenhos – Paula Rego

Eduardo Souto Moura

Conferência

Centro de Congressos do Estoril, Pólo IV

21h30

Mário Laginha

Lançamento de CD “Espaço”

Museu da Electricidade

22h

Wordsong

Museu da Electricidade

 

  Junho 9 / June 9th

 

17h

Conferência

Paula Santos, Arx Portugal Arquitectos e Pedro Mendes

Centro de Congressos do Estoril, Pólo IV

 

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Quinta-feira, 3 de Maio de 2007

Conferência Internacional - Inscrições online


 
publicado por trienaldelisboa às 21:29
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Quinta-feira, 19 de Abril de 2007

Conferência Internacional, a questão do preço

A questão do preço de inscrição na Conferência Internacional tem sido uma das mais sensíveis, merecendo diversos comentários e reacções de leitores. As inscrições para a conferência encontram-se abertas online no site da Trienal e apresentam o custo de € 250 e € 150, sendo o segundo valor destinado a estudantes e estagiários.

 

Com mais de 25 participantes de inegável qualidade e um programa logístico intenso destinado a acolher uma audiência de 800 pessoas, a Conferência Internacional é um dos eventos mais robustos da Trienal de Arquitectura de Lisboa em termos de organização e despesas envolvidas.

A Trienal tem recebido um excelente acolhimento público e privado, estabelecendo muitos apoios e patrocínios com entidades que se interessaram por fazer parte desta ambiciosa iniciativa. Ainda assim, os custos inerentes à organização de um evento com esta dimensão obrigam a um trabalho rigoroso, com vista ao correcto equilíbrio dos preços daquelas iniciativas que terão acesso pago pelo público. Idealmente, o preço mais baixo será sempre o melhor.

No caso da conferência os valores estipulados são aqueles que foram entendidos como os mais correctos, no balanço entre a desejável acessibilidade pública e a sustentabilidade da sua organização. O acesso incluirá o serviço de almoço durante os três dias de conferência. Mais importante e conforme foi avançado aqui no blogue por José Mateus, comissário da Trienal, a entrada da conferência dará também acesso livre a todas as exposições durante os dois meses deste evento.

 

A conferência é, ainda assim, cara? Talvez mais relevante do que impôr uma verdade oficial seja deixar a questão em aberto à reflexão do público. Da minha parte acrescento apenas que ocorrem todos os anos dezenas de conferências na área da arquitectura, design e urbanismo em todo o mundo, com preços de inscrição que rondam facilmente as várias centenas de euros (300, 500 euros, em alguns casos bastante mais) – e, permitam-me a subjectividade, com programas bem menos interessantes dos que o da actual trienal.

O preço de entrada poderá representar um esforço sensível para muitos cidadãos, tendo em conta o actual panorama económico nacional? A pergunta fica lançada, com o desejo de que os interessados encontrem motivação para realizar o esforço desse investimento. Com a certeza de que o retorno pessoal de viver por dentro esta experiência única possa ser uma forte razão para não deixar de estar presente. DC

 

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Sexta-feira, 13 de Abril de 2007

Mark Wigley no BLDGBLOG

One of the primary roles to be played by the experimental activists in architecture is not to come up with new ideas of what architecture should be, but to come up with new ways to talk about it – new media. In that sense it’s absolutely crucial that we foster new techniques of communication – with all of the incredible care and precision that we use to foster new forms of design. We need equal care and equal attention to incubate new forms of communication. (…)

But two things: almost nobody – I mean, very few people – are doing things with theory, with words, with books, with buildings, that are shockingly demanding us to change our mind. Very few. But you get the feeling that there’s a generation cooking. A generation that can overcome, let’s say, some of the resistance. And what you said earlier I think is right to the point: can we generate new communication systems that will allow this network of emerging thinkers to redefine the landscape and empower themselves? Because, of course, all the traditional magazines, all the traditional schools – everything – is set up to reinforce a certain slow evolution of the field. Architecture is obsessed with being slow. We can make the most exciting thing dull. We have that expertise. Our social role has been that: to be slow, to be stable, to be a reference point for change. It’s, in a sense, how we have been so clearly the enemies of turbulence – and the question is: how do you foster turbulence? It’s the question for every teacher: how do you foster turbulence without freezing it? Without stopping it?

 

O excelente BLDGBLOG apresenta uma extensa entrevista a Mark Wigley.  Fala-se da necessidade de criar novas plataformas de comunicação da arquitectura, permitir a contaminação de uma certa turbulência e abrir espaço à diversidade, à experiência e a novas teorizações que rompam com a fabricação académica de operadores convencionais de projectar.

Na contradição dos mercados de construção massiva, como nos fenómenos económicos da China ou do Dubai, Wigley reflecte sobre a paradoxo presente entre um building boom e um real défice de arquitectura. Aponta o potencial da arquitectura como modo de proceder a uma engenharia de coesão transdisciplinar, como plataforma para suportes de pesquisa que inscrevam abordagens inovadoras aos problemas da sustentabilidade na sociedade global.

 

Mark Wigley estará presente na Conferência Internacional da Trienal de Arquitectura de Lisboa integrando um painel dedicado ao tema Realidade e Cenografia, do qual farão também parte Eduardo Souto de Moura, Thom Mayne e Jamie Fobert.

 

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Sexta-feira, 6 de Abril de 2007

Conferência Internacional de Arquitectura


 
A Conferência Internacional “O Coração da Cidade” irá decorrer entre 31 de Maio e 2 de Junho, marcando a abertura da Trienal de Arquitectura de Lisboa.

O evento vai reunir cerca de 30 convidados de renome internacional, entre arquitectos, urbanistas, artistas, críticos de arquitectura, filósofos e historiadores. Entre os participantes encontram-se personalidades tão reconhecidas como Zaha Hadid, Peter Eisenman, Thom Mayne, Mark Wigley, Eduardo Souto de Moura, Elizabeth Diller, João Luís Carrilho da Graça, Felix Claus, Dominique Perrault, Rodolfo Machado, Emilio Tuñón, Hans Ulrich Obrist, Kengo Kuma, Saskia Sassen, Michael Sorkin e Jan Kaplicky, entre muitos outros.

Oportunidade irresistível para assistir a um prometedor conjunto de reflexões sobre a evolução da cidade contemporânea e o papel que as várias áreas do domínio urbano têm a desempenhar na promoção da sua coesão funcional e social.

O formulário de inscrição está acessível online no site da Trienal onde pode também ser consultado o programa integral da conferência.

 

publicado por trienaldelisboa às 00:45
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sobre / about

A Trienal de Arquitectura de Lisboa, a realizar entre 31 de Maio e 31 de Julho, pretende constituir-se como um “Festival” de arquitectura participado pela comunidade local para atrair um público internacional (mais informação em trienaldelisboa.sapo.pt).
O Blogue da Trienal dará uma cobertura actualizada e participada de todos os acontecimentos do evento.

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The International Architecture Triennale of Lisbon 2007, happening between May 31 st and July 31 st, aims to become a ‘Festival’ of architecture, participated by the local community and able to attract an international audience (find more in trienaldelisboa.sapo.pt).

notícias / news (pt)

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Vittorio Gregotti recebe Prémio Trienal Millenniumbcp 2007-07-30
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Encerramento da Trienal no exterior do Pavilhão 2007-07-27
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Outdoors das Intervenções da Cidade já estão na rua 2007-07-27
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Farol Museu de Santa Marta inaugura amanhã 2007-07-26
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Cavaco Silva entrega Prémio Trienal Millenniumbcp 2007-07-25
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Lisboscópio na Gulbenkian até 12 de Agosto 2007-07-23
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Ordenamento do território em debate 2007-07-23
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Exposição Siza Vieira prolongada até dia 9 2007-07-23
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Arte Pura cancela apresentação 2007-07-19
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Aires Mateus, Frederico Valssassina, Gonçalo Byrne e Nuno Mateus apresentam projectos imobiliários 2007-07-16
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Princesa do Luxemburgo visita Trienal 2007-07-17
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Projectos de empresas no Fórum Trienal 2007-07-16
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Luca Barbero na Gulbenkian 2007-07-16
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Conferência sobre Médio Tejo no Fórum Trienal 2007-07-16
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Dia do Japão na Trienal 2007-07-14
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Intervenções na Cidade no Fórum e na rua 2007-07-14
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Trienal em Cascais 2007-07-13
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Trienal grátis no dia 15 2007-07-12
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Resultados Concurso de Ideias Galp 2007-07-06
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Desertificação urbana no Fórum Trienal 2007-07-06
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Livro de Rui Tavares no Lounge Trienal 2007-07-06
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13 de Julho: Dia da França na Trienal 2007-07-05
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Palestras brasileiras na Trienal 2007-07-03
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Prémios e debates no Fórum Trienal 2007-07-02
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Arquitectura virtual a 4 Julho 2007-07-02
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A caminho do país das maravilhas 2007-07-02
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Candidatos à CML visitam Trienal 2007-07-02
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Visita à Trienal a partir do Porto 2007-07-02
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Trienal promove visitas guiadas 2007-06-28
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Uma Bolha de Neve no Pavilhão de Portugal 2007-06-28
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Vencedores do Concurso Trienal Universidades 2007-06-27
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Nunes Correia na Trienal de Lisboa 2007-06-27
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Festa de Encerramento dos Encontros A&M 2007-06-26
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Frentes de Coesão no Fórum Trienal 2007-06-26
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Scape na Culturgest 2007-06-25
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Frentes de Terra no Fórum Trienal 2007-06-21
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Entrega dos prémios APDL 2007-06-20
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Fórum Trienal inaugura hoje 2007-06-20
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Paulo Mendes da Rocha na Trienal 2007-06-19
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Teatro, música, cinema e conferências no Dia da Irlanda 2007-06-18
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Rafael Toral na Gulbenkian 2007-06-18
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Resultados Concurso Núcleo Universidades 2007-06-18
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Visitas guiadas à Trienal 2007-06-18
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Candidatos à CML visitam Trienal 2007-06-18
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Pólo III da Trienal inaugura amanhã 2007-06-14
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Concurso Médio Tejo em exposição itinerante 2007-06-13
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Conferência de Siza Vieira no CCB 2007-06-12
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Itinerário do Sal na Gulbenkian 2007-06-10
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Pólo II da Trienal inaugura hoje 2007-06-10
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Diogo Seixas Lopes na Conferência Internacional 2007-06-08
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Saskia Sassen na Conferência Internacional 2007-06-05
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Mark Wigley na Conferência Internacional 2007-06-03

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